quinta-feira, novembro 13, 2008

andar de autocarro diariamente é uma coisa extraordinária. cruzo-me todos os dias com gente que doutra maneira não faria parte do meu quotidiano (e quanto mais variedade ele tiver mais contente eu sou...). caminho até à paragem com o Tejo ao lado. tenho mais tempo para ler. ouço música. ouço muitas conversas. enfim, fiz esta opção há mais de 2 anos e gosto.

3 momentos diferentes do dia de hoje nestas andanças:

mulher aparentemente na casa dos 30: "foi com o Osvaldo que aprendi a andar de autocarro. até sair de casa dos meus pais nem de metro eu andava. a minha mãe nunca andou comigo para lado nenhum. um dia ficou triste, fartou-se de chorar, porque lhe disse que a Tânia era a minha melhor amiga. que é que ela queria? nunca saía comigo. sim, eu nunca soube o que é ir a um talho com a minha mãe"

uma mulher aparentemente na casa dos 40, segurava umas folhas em que se lia: "Súplicas que os fiéis podem utilizar privadamente no combate contra os poderes das trevas"

homem aparentemente na casa dos 50: "compro passe há 20 anos, por isso sou accionista da carris. mas também, que é que um homem leva desta vida se não andar aqui nisto para cima e para baixo?"

(eu lia "Outras histórias de São Francisco". em Lisboa :))

1 comentário:

E. disse...

...saudades dessa vida...
(fala-me ler esse também....)
Beijo