terça-feira, janeiro 25, 2011

Em todas as ruas te encontro
Em todas as ruas te perco
conheço tão bem o teu corpo
sonhei tanto a tua figura
que é de olhos fechados que eu ando
a limitar a tua altura
e bebo a água e sorvo o ar
que te atravessou a cintura
tanto, tão perto, tão real
que o meu corpo se transfigura
e toca o seu próprio elemento
num corpo que já não é seu
num rio que desapareceu
onde um braço teu me procura

Em todas as ruas te encontro
Em todas as ruas te perco

Mário Cesariny

domingo, janeiro 23, 2011

andavas comigo no indizível. de mãos dadas.

segunda-feira, janeiro 17, 2011

invisiblestories:

Jannis Kounellis

encontrado num dos meus blogues preferidos http://bookshelfporn.com/

desde que li "A casa de papel" esta é uma possibilidade que não me sai dos sonhos...

domingo, janeiro 16, 2011

não quero ter a terrível
limitação
de quem vive apenas
do que é passível de fazer sentido.
eu não:
quero é uma verdade inventada.


clarice lispector

segunda-feira, janeiro 10, 2011

cortando o mar, cortando o ar...

cortando ainda.

sexta-feira, janeiro 07, 2011

O amor é o amor - e depois?!

Vamos ficar os dois
a imaginar, a imaginar?..

O meu peito contra o teu peito,
cortando o mar, cortando o ar.
Num leito
há todo o espaço para amar!

Na nossa carne estamos
sem destino, sem medo, sem pudor,
e trocamos - somos um? somos dois? -
espírito e calor!
O amor é o amor - e depois?!


Alexandre O´Neill

segunda-feira, janeiro 03, 2011

NEVOEIRO


Nem rei nem lei, nem paz nem guerra,
Define com perfil e ser
Este fulgor baço da terra
Que é Portugal a entristecer –
Brilho sem luz e sem arder,
Como o que o fogo - fátuo encerra.


Ninguém sabe que coisa quer,
Ninguém conhece que alma tem,
Nem o que é mal nem o que é bem.
(Que ânsia distante perto chora?)
Tudo é incerto e derradeiro.
Tudo é disperso, nada é inteiro.
Ó Portugal, hoje és nevoeiro...


É a hora!

Valete, Frates
Fernando Pessoa, Mensagem