Amo esses largos solitários, intercalados entre ruas de pouco trânsito, e eles mesmo sem mais trânsito que as ruas. São clareiras inúteis, coisas que esperam, entre tumultos longínquos. São de aldeia na cidade.
Deve chamar-se tristeza
Isto que não sei que seja
Que me inquieta sem surpresa
Saudade que não deseja.
Sim, tristeza - mas aquela
Que nasce de conhecer
Que ao longe está uma estrela
E ao perto está não a Ter.
Seja o que for, é o que tenho.
Tudo mais é tudo só.
E eu deixo ir o pó que apanho
De entre as mãos ricas de pó.
(Fernando Pessoa)
1 comentário:
Sempre achei um bocadinho seca o Livro do Desassossego: desasossegado demais para o meu gosto.
Afinal, o que lhe faltava eram as tuas fotografias
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