quarta-feira, setembro 27, 2006
















Há muito que deixei aquela praia
De grandes areais e grandes vagas
Mas sou eu ainda quem na brisa respira
E é por mim que espera cintilando a maré vasa

Sophia Andresen

domingo, setembro 24, 2006

há ninhada nova
rente ao muro
rente à lua

segunda-feira, setembro 18, 2006

Volver
bom.
é bom voltar a Almodóvar.
é bom voltar a La Mancha e sentir o vento bater-nos na cara.
(o reencontro da mãe e das filhas é também um reencontro com uma certa Espanha não muito diferente de um certo Portugal.
gosto disso. gosto do vento. gosto da ideia do reencontro e da tradição. não gosto tanto de alguma inconsistência narrativa que me faz sentir o todo muito aquém dos últimos três filmes do menino. mas gosto da Penélope)

quarta-feira, setembro 13, 2006

A recusa das imagens evidentes


IV
Há noites que são feitas dos rneus braços
E um silêncio comum às violetas.
E há sete luas que são sete traços
De sete noites que nunca forarn feitas.

Há noites que levamos à cintura
Como um cinto de grandes borboletas.
E um risco a sangue na nossa carne escura
Duma espada à bainha dum cometa.

Há noites que nos deixam para trás
Enrolados no nosso desencanto
E cisnes brancos que só são iguais
A mais longínqua onda do seu canto.

Há noites que nos levam para onde
O fantasma de nos fica mais perto;
E é sempre a nossa voz que nos responde
E só o nosso nome estava certo.

Há noites que são lírios e são feras
E a nossa exactidão de rosa vil
Reconcilia no frio das esferas
Os astros que se olham de perfil.

Natália Correia, que soube recusar as imagens evidentes, nasceu a 13 de Setembro

domingo, setembro 10, 2006

sábado, setembro 09, 2006

choveu.
daquela chuva miudinha.
entra na pele.
e muda a vida.

quarta-feira, setembro 06, 2006

Há palavras que nos beijam

Há palavras que nos beijam
Como se tivessem boca.
Palavras de amor, de esperança,
De imenso amor, de esperança louca.

Palavras nuas que beijas
Quando a noite perde o rosto;
Palavras que se recusam
Aos muros do teu desgosto.

De repente coloridas
Entre palavras sem cor,
Esperadas inesperadas
Como a poesia ou o amor.

(O nome de quem se ama
Letra a letra revelado
No mármore distraído
No papel abandonado)

Palavras que nos transportam
Aonde a noite é mais forte,
Ao silêncio dos amantes
Abraçados contra a morte.

Alexandre O'Neill

segunda-feira, setembro 04, 2006


a mesma curva
a estrada
outro olhar
a mesma estrada

obrigada L.
Portinho da Arrábida
...

sexta-feira, setembro 01, 2006



acabaram as férias.

e o tempo para olhar demoradamente o sol a ir-se embora.

voltei.