terça-feira, janeiro 25, 2011

Em todas as ruas te encontro
Em todas as ruas te perco
conheço tão bem o teu corpo
sonhei tanto a tua figura
que é de olhos fechados que eu ando
a limitar a tua altura
e bebo a água e sorvo o ar
que te atravessou a cintura
tanto, tão perto, tão real
que o meu corpo se transfigura
e toca o seu próprio elemento
num corpo que já não é seu
num rio que desapareceu
onde um braço teu me procura

Em todas as ruas te encontro
Em todas as ruas te perco

Mário Cesariny

1 comentário:

Pi disse...

O poder destas palavras foi tão intenso que a minha boca ganhou movimentos de balbúcio, sem conseguir expressar uma palavra para comigo e ao mesmo tempo tantas foram as palavras que me ocorreram à alma, movimentos estes até agora desconhecidos ..