segunda-feira, julho 21, 2008

leituras em dia

O Alto dos Vendavais - Emily Brontë

graças à minha amiga P., li, finalmente, este livro (e concordo com ela, O Monte dos Vendavais soa melhor, mas...)
ficam a ecoar duas perguntas: será a crueldade do tamanho da infelicidade? onde entra o amor?
e depois destas não saíriamos daqui a fazer perguntas...
será a crueldade o resultado (óbvio?) da infelicidade que corrói algumas (todas as) almas? terão algumas almas (tão) cruéis conhecido algum outro estado se não o da permanente infelicidade, numa espécie de combate, também permanente, em que (se) perdem a convivência pacífica e o respeito pelo(s) outro(s)...
onde entra o amor?
(uma provocação para quem leu: será a Ellen Dean a heroína do romance?)
agora que li fico à espera das outras leituras...


Histórias Falsas, O Senhor Calvino, O Senhor Walser (Ed. Caminho) - Gonçalo M. Tavares

contrariei, finalmente, a minha resistência em relação a este menino e li estes 3 de seguida. gostei mais d' O Senhor Calvino. já aqui publiquei um texto dele. e quebrado o feitiço vou continuar a ler este menino....


Imaginália - Graciete Nobre

gostei deste livro. não resisto a partihar um excerto de que gosto particularmente:
O homem do chapéu
Houve uma pessoa que nunca existiu, por exemplo. Chamava-se ele exactamente pessoa: Fernando Pessoa.
Por nunca ter existido verdadeiramente, todos se sentem no direito de o imaginar.
Imaginam-no sempre com um chapéu na cabeça e é também assim que os pintores o retratam. E com óculos.
O chapéu, por exemplo, é uma prova de que esse homem provavelmente nunca existiu, uma vez que não é uma coisa essencial ao ser. Ou talvez sirva apenas para fingir a sua não existência. Do seu não ter existido nunca.
Pois ele nunca sentiu o prazer de se saber sonhado pelos outros, e quando dormia nunca usava chapéu. Quando se sonhava a ele mesmo a dormir…
Nem óculos.
Sendo assim, quando dormia não existia, segundo a imaginação dalguns.
É por isso que o sonho dos outros é sempre mais real do que a própria realidade.
Pois só existe aquilo que se imagina [no tempo].
Talvez seja isso que não existe nada no fundo do mar. Ou se existe não interessa. Nunca ninguém foi lá ver… ou talvez alguém tenha ido, mas mesmo assim não importa.
Imaginália, porém, é como se fosse o fundo do mar. É a cidade secreta.
gostei deste livro porque tem azul e mar. as cidades que conheço e todas as que quero conhecer.
e esta menina, a autora, tem mesmo muita graça. o livro é da Editora Luz das Letras e já está à venda. quem quiser conhecê-la melhor pode encontrá-la aqui e aqui.

1 comentário:

Anónimo disse...

fiquei deveras curiosa acerca da graciete, já tou à espera do livro pra ler... tb a emily me ficou aqui a fazer umas comichões...

mana...