quarta-feira, janeiro 25, 2006

Sobre a ordem da poesia

Sobre o que a poesia se não há-de pronunciar eu o sei:
sobre a coincidência das flores
sobre a natureza da alma
nunca sobre a natureza do dia
A poesia nasce e faz-se aqui neste fazer-se poesia
aqui onde a poesia toma as proporções da mensagem do dia
a esta luz mediterrânica
este sol
este céu
aqui a poesia se transforma no todo da natureza
e restitui ao convívio aquilo que ele não dá
...

(António Gancho, O ar da manhã)

Este é o post número 100. Podia aproveitar para fazer um balanço do que tem sido este espaço para mim (a minha lareira). Podia aproveitar para reflectir sobre o que quero disto. Podia falar sobre as minhas fotografias e de como a ausência de pessoas não é ausência... Podia explicar o que penso disso. Podia explicar o que quero dizer da tristeza e o que é para mim o poema-mote deste blogue. Podia lembrar que gosto que o comentem, que o visitem, de o sentir como uma lareira para os amigos. Todos. Os que conheço e os que não sei quem são. Os que dizem o que pensam. Não fiz isso. Partilhei uns versos do António Gancho sobre a ordem da poesia.

3 comentários:

C_mim disse...

Parabéns!!!... Gosto muito de me aquecer a esta lareira.

Anónimo disse...

Não sei o número desta visita... Mas sei que ela acontece... E porque sim... Porque me apetece continuar contigo... Porque quero continuar a ouvir-te, a ler-te, a partilhar contigo os sabores e dissabores... Por muitos mais 100. Beijos mil e o abraço que, espero, continue a dar força... Nestes trilhos em que o teu abraço vale mais que muitas lareiras. Mas gosto muito desta, porque nasce dos teus braços, das tuas mãos em movimento.

lr disse...

entre amigos, à lareira, não se deve falar só de tristeza... e obrigada pela partilha.