quinta-feira, janeiro 26, 2006

Tenho uma grande constipação,
E toda a gente sabe como as grandes constipações
Alteram todo o sistema do universo,
Zangam-nos contra a vida,
E fazem espirrar até à metafísica.
Tenho o dia perdido cheio de me assoar.
Doi-me a cabeça indistintamente.
Triste condição para um poeta menor!
Hoje sou verdadeiramente um poeta menor.
O que fui outrora foi um desejo; partiu-se.

Adeus para sempre, rainha das fadas!
As tuas asas eram de sol, e eu cá vou andando.
Não estarei bem se não me deitar na cama.
Nunca estive bem senão deitando-me no universo.
Excusez du peu... Que grande constipação física!
Preciso de verdade e de aspirina.

Álvaro de Campos, 14/3/1931

Entre a garganta inflamada, a otite e afónica, chegou a hora de partilhar este poema. Com todo o sistema do universo alterado, preciso de verdade e mebocaína.

3 comentários:

Anónimo disse...

Óh, tadinha!!!!! Como não apareci nas comemorações do post 100, junto-me hoje à lareira com uma receita centenária. Uma caneca de leite (ou chá)+ um cálice de ponche + canela a gosto, tudo bem aquecido. Embrulhaste em 3 (no mínimo) edredons (de penas de preferência)e bebes o preparado. Transpirarás durante toda a noite, mas amanhã serás outra mulher...
Sinceramente, as melhoras e "Tudo de Bom"!!!
P.S. - Esquece os edredons de penas, podem mesmo ser sintéticos, por causa das tuas alergias, se quiseres podes tomar uns anti-gripe.
Bj.

Anónimo disse...

:)
Como quase todos os dias, aqui estou eu a cuscar o teu blog :)
Desta vez não resisti a comentar... E só porque quero realmente que fiques boa :)
As melhoras...
Beijos grandes
*

Anónimo disse...

Hi, Carla!
Como vai
Estais melhor?
Pq ñ aceitas meu convite no hotmail?Vou te passar vamu conversar lá?
te passo meu mail aki,
anavilaa2@hotmail.com
bjos.
Ana