quinta-feira, dezembro 01, 2005


Gato que brincas na rua
Como se fosse na cama,
Invejo a sorte que é tua
Porque nem sorte se chama.

Bom servo das leis fatais
Que regem pedras e gentes,
Que tens instintos gerais
E sentes só o que sentes.

És feliz porque és assim,
Todo o nada que és é teu.
Eu vejo-me e estou sem mim,
Conheço-me e não sou eu.

Fernando Pessoa, 1931

3 comentários:

Anónimo disse...

Gosto muito deste poema. E a foto? Foste tu que retrataste este jeitoso? Muito lindo!

Anónimo disse...

Catarina:
Fui eu, sim. No Alentejo! Era mesmo um jeitoso! beijo

Anónimo disse...

Trago fresca, na memória, a lembrança desta rua... Deste jeitoso... E de muito mais, que a fotografia não guardou. Continua a alimentar as nossas recordações. Muito beijo